sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Famílias da esperança: o portfólio de Deus

Os cristãos e os adventistas em particular são portadores de uma mensagem maravilhosa. Assim como no passado, Deus escolheu um povo especial para levar Sua Palavra ao mundo. Deus os escolheu para anunciar a volta de Jesus e mostrar a todas as pessoas que existe esperança. Mas a felicidade que Jesus promete não precisa começar somente quando Ele voltar. É claro que ela será plena a partir daquela ocasião, mas Jesus pode nos fazer felizes aqui também.

As pessoas que recebem nossa mensagem, como aconteceu no dia do projeto Impacto Esperança, querem ver o poder transformador de Jesus na vida de Seus filhos. E de que forma e em que lugar esse poder pode melhor ser visto? No lar. É no lar que mostramos quem somos de verdade e se Jesus está realmente em nosso coração.

Para alguns, é muito mais fácil vestir um terno, pregar um belo sermão do que tratar amavelmente a esposa e os filhos. Mas note o que escreveu Paulo em 1 Timóteo 3:5: “Se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” 

Palavras que não são acompanhadas de exemplo não têm poder nenhum. Tornam-se mentira. “Cumpre ao pai fortalecer na família as austeras virtudes – energia, integridade, honestidade, paciência, ânimo, diligência e utilidade prática. E o que exige de seus filhos deve ele mesmo praticar, ilustrando essas virtudes na própria conduta varonil” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 391). Como posso falar do poder de Cristo se não o experimento em minha vida? As famílias são o portfólio de Deus.

É muito importante conhecer as doutrinas bíblicas – o sábado, o estado do ser humano na morte, o santuário celestial. Tudo isso é essencial para conhecer o caráter de Deus e a vontade dEle para nossa vida. Mas de que adianta conhecer teologia e ter um verdadeiro “inferno” no lar? “O lar deve ser um lugar onde o contentamento, a cortesia e o amor façam habitação; onde moram essas graças, aí residem a paz e felicidade. Podem invadi-lo as aflições, mas isso é a situação da humanidade. Que a paciência, a gratidão e o amor mantenham no coração a luz solar, seja embora o dia sempre nublado. Em tais lares os anjos de Deus habitam” (Ibidem, p. 393).

O mundo está carente de vivenciar o verdadeiro amor. Temos disso para oferecer? É muito triste saber que entre os cristãos há casais que meramente se suportam; que “vão levando”; que apenas mantêm as aparências, enquanto alimentam ressentimentos. O carinho e a cortesia são lembranças de um tempo que não mais existe – como se tivessem se tornado pessoas estranhas, que não mais se conhecem.

Como isso foi acontecer? A frieza e a indiferença não aparecem de um dia para o outro. A pessoa não vai dormir amando e, no outro dia, quando acorda, descobre que não ama mais. Não é assim que funciona. Da mesma maneira como o amor deve ser diariamente cultivado, o contrário também acontece. A “chama”, se não alimentada, vai se apagando aos poucos.

Precisamos hoje aproveitar a oportunidade que Deus nos está dando e mudar o que precisa ser mudado. Precisamos ouvir a voz de Deus e deixar que Ele nos mostre se temos falhado em algum ponto. Lembre-se: para Deus, nada é impossível! Mas você tem que querer. Analise o seguinte:

1. Os namorados não medem esforços para estar juntos. No casamento, por quantas coisas os cônjuges se privam da companhia um do outro? O que é mais importante: trabalho, futebol, amigos, internet, evangelismo? (Claro que não devemos perder a individualidade, mas escolher tornar-se “uma só carne” também interfere nisso, mas com prazer!) Quanto mais você ficar longe do(a) cônjuge, mais se distanciará e menos vontade terá de estar com ele/ela. Cada um passa a ter seu universo particular e aos poucos o relacionamento se torna jugo desigual. Por isso, faça sua parte. Mesmo que venham a tentação e a pressão, não troque a companhia de seu/sua cônjuge por outras atividades.

2. No namoro, fala-se com delicadeza e usam-se palavras de apreço e admiração. E no casamento? Muitas vezes o que prevalece é a rispidez e a crítica. O que fazer? Ter sempre palavras corteses e admirar o(a) cônjuge. Precisamos nos sentir valorizados e respeitados. Isso mexe com nossa autoestima e com a dignidade própria.

3. No namoro, quando se está apaixonado, acha-se lindo aquele “narizinho”, os cabelos, a voz... Só temos olhos para a pessoa amada e não há espaço para uma amizade especial com alguém do sexo oposto. Quando a relação conjugal não vai bem, abre-se a oportunidade para a admiração indevida de outras pessoas. Comparações impróprias começam a ser feitas e o caminho da ruína surge diante da pessoa. Esse é um grande perigo! A carência emocional e os laços de amizade com alguém do sexo oposto podem ser usados pelo inimigo de Deus para confundir os sentimentos e abrir a porta ao adultério. Portanto, nunca permita que alguém seja mais amigo(a) do(a) seu/sua cônjuge do que você. Seu coração deve estar ligado ao dele/dela. E se você perceber que está tendo muita afinidade com alguém, que o assunto não acaba mais... corte logo isso! Não deixe ninguém se intrometer em seu casamento e roubar sua afeição. 

Ellen White aconselha: “Estudem, o marido e a esposa, a felicidade mútua, nunca faltando as pequeninas cortesias e pequenos atos de bondade que alegram e iluminam a vida. Entre o marido e a esposa deve existir perfeita confiança” (Ibidem). Precisamos proteger nosso lar e pedir que Deus nos ajude a ter sabedoria e prudência.

Outro antídoto para a desesperança e a desarmonia no lar é o culto familiar. “Pais e mães, por mais prementes que sejam vossos afazeres, não deixeis de reunir vossa família em torno do altar de Deus. Pedi a guarda dos santos anjos em vosso lar. Lembrai-vos de que vossos queridos estão sujeitos a tentações. Aborrecimentos diários juncam a estrada tanto dos jovens como dos mais idosos. Os que querem viver vida paciente, amorável e satisfeita, devem orar. Somente obtendo constante auxílio de Deus podemos alcançar a vitória sobre o eu” (Ibidem). 

A presença de Jesus pode mudar qualquer situação. Ele restaura os corações e nos dá o verdadeiro amor. Deus planejou a família porque é o melhor plano para nos fazer felizes. Se você for feliz no lar, será feliz no trabalho, na igreja, na sociedade. Estará apto a ter o amor de Deus e levar esperança ao mundo.

Débora Borges