sábado, 29 de janeiro de 2011

Lições para toda a vida


Minha filha pregou esse sermão no começo de 2010, quando tinha oito anos de idade. Fiquei muito feliz em vê-la devolvendo e compartilhando aquilo que aprendeu no lar e na igreja.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Janela para o Céu

Quando tinha nove anos, fui convidada pelo vizinho para participar dos cultos que ele fazia com a família dele. Pedi autorização aos meus pais e toda noite me unia àquela família para orar e ler trechos da Bíblia. Especialmente as histórias do Gênesis me deixavam impressionada. Comecei a mudar minhas atitudes em casa e meus pais ficaram preocupados, achando que eu estava ficando “fanática”. Proibiram-me de participar dos cultos e resolveram rezar o terço em casa. Para o meu irmão e para mim, aqueles eram momentos muito desagradáveis. “Tudo bem que a gente reze, mas não precisam ficar com essa cara de tristes”, pedia ele. Aqueles eram momentos realmente maçantes e, com o tempo, meus pais acabaram desistindo da idéia e tudo voltou a ser como antes. Que pena. Perdemos uma grande chance de conhecer melhor a Deus, antes mesmo de nos tornarmos adventistas.

O tempo passou. Cresci, me casei e tenho três filhos pequenos. Quando me lembro dessa experiência da minha infância, fico me perguntando o que tenho feito para tornar a religião algo agradável e relevante na vida das minhas meninas.

Alguns pais se sentem orgulhosos e felizes por verem seus filhos prosperarem intectual e materialmente. Isso é bom, mas se o coração deles está vazio, longe de Deus e em busca apenas das honras deste mundo, é tudo vão. E quando Jesus voltar e perguntar por esses filhos? Eles são um presente emprestado. Um dia teremos que devolvê-los a Deus. Infelizmente, muitos se esquecem disso e criam filhos apenas para este mundo.

Você tem buscado a Deus a fim de ensinar seus filhos a dependerem dEle também? Ou tem colocado outras coisas no topo de sua lista de prioridades – novelas, filmes, esportes, propriedades? Os filhos observam tudo e aprendem com nosso exemplo.

Se deseja a ajuda de Jesus para salvar, abençoar e livrar seus filhos das más influências, há um braço poderoso estendido para você. Deus é tão bom que deixou orientações claras e específicas para que os pais ajudem os filhos: “Toda família deve construir seu altar de oração, reconhecendo que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 517). E Ele diz mais: “Acheguemo-nos confiadamente junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hebreus 4:16).

Assim como os patriarcas, devemos também construir no lar um altar de oração – o culto familiar. Mas como deve ser esse culto? Ellen White dá algumas dicas:

“O pai, como sacerdote da casa, deponha sobre o altar de Deus o sacrifício da manhã e da tarde” (Orientação da Criança, p. 519).

O culto não deve ser de forma insípida e com monótona repetição de frases. Deus é desonrado quando o culto é seco e tedioso.

Deve conter a expressão de nossas necessidades e homenagem de grato amor ao Criador.

As orações devem ser curtas e ao ponto, com palavras simples. “Quando um capítulo comprido é lido e explicado e se faz uma longa oração, esse precioso culto se torna enfadonho e é um alívio quando passa” (Ibidem, p. 521).

Escolha um trecho interessante e fácil da Bíblia – e todos devem ler. Alguns versos são suficientes para dar uma lição que será praticada todo o dia.

A criança também pode ajudar a preparar o culto e escolher o que vai ser lido.

Depois deve-se perguntar a ela sobre o que foi lido e fazer aplicações na vida diária.

O ideal é que os cultos sejam feitos antes do desjejum e à tarde, antes de que venha o cansaço e o sono. “É o dever dos pais cristãos, de manhã e à tarde, pela fervente oração e fé perseverante, porem um muro em torno de seus filhos” (Serviço Cristão, p. 210).

Não se deixe levar pelas circunstâncias: mesmo quando estiver muito atarefado ou quando houver visitas em casa, não negligencie o culto. Assim, as crianças aprenderão a importância da religião na vida da família.

Aproveite o poder da música. Ela é um ato de adoração como a oração, e é “um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes, ao coração oprimido duramente e pronto a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus – as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância – e as tentações perdem o seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras pessoas!” (Orientação da Criança, p. 523).

Tenho experimentado o poder do culto familiar em meu próprio lar. Minha filha Giovanna, quando tinha quatro anos, “compunha” um hino todos os dias e tinha prazer em apresentá-lo no momento do culto. Eram (e continuam sendo) momentos especiais de união e paz. E sempre que oro por minha família e peço a Deus forças para cumprir minha missão de mãe, me vem à mente a promessa: “Ele não Se desviará de vossas petições, deixando a vós e aos vossos como brinquedo de Satanás, no grande dia do conflito final. É vossa parte trabalhar com simplicidade e fidelidade, e Deus estabelecerá a obra de vossas mãos” (Ibidem, 526).

Quero ter meus filhos no Céu, por isso preciso apresentá-los ao Céu. É como se nós, pais, na hora do culto familiar, convidássemos: “Filhinho(a), venha aqui. Dê uma espiada nesse lugar. Que tal morarmos lá?”

Abra essa “janela para o Céu” em sua casa também.

Débora Borges

Não é mamãe!


Veja o vídeo que meu marido produziu com nosso bebê brincando com a gente.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Minha “vidinha” do lar

Sou mãe de três filhos. Quando ando na rua com os três, com certa dificuldade, as pessoas me perguntam, espantadas: “Os três são seus?” Ouço alguns comentários, como: “Você é tão jovem! Nem parece mãe deles. Que corajosa!” É, talvez seja preciso ter coragem para educar três filhos nos caminhos de Deus e enfrentar todos os obstáculos que o mundo hoje apresenta. A primeira dificuldade que observo é de que muitas mulheres acham um verdadeiro sacrifício assumir o papel de mãe em tempo integral. Para mim, me dedicar totalmente aos meus filhos tem sido muito prazeroso e me sinto plenamente realizada, apesar da cobrança da sociedade por supermulheres que administram o lar, têm um emprego, são profissionais bem-sucedidas e ainda contribuem para aumentar a renda familiar. Confesso que já tive crises de consciência e de pensar que o que faço é muito pouco. Já pensei seriamente se vivo assim por opção ou por falta de opção.

No ano retrasado, conversei seriamente com Deus sobre isso e Ele me respondeu de uma maneira surpreendente e maravilhosa. Ao assistir a uma programação da escola adventista e ouvir o coral em que minha filha mais velha cantava, então com sete anos de idade, senti um desejo muito forte de voltar a lecionar. Naquela madrugada, orei e chorei: “Eu quero fazer parte da Tua obra, Senhor! Quero fazer diferença na vida de alguém e ser usada por Ti. Quero me sentir útil.”

Terminei de orar e senti forte impressão de que devia ler o livro A Ciência do Bom Viver, de Ellen White. Abri exatamente nas páginas que falam sobre a função e a importância da mãe: “O trabalho da mãe muitas vezes se afigura, aos seus próprios olhos, sem importância. Raras vezes é apreciado. Pouco sabem os outros de seus muitos cuidados e encargos. Seus dias são ocupados com uma série de pequeninos deveres, exigindo todos paciente esforço, domínio de si mesma, tato, sabedoria e abnegado amor. [...] Anjos do Céu observam a mãe, fatigada de cuidados, notando suas responsabilidades dia a dia. Seu nome pode não ser ouvido no mundo, acha-se, porém, escrito no livro da vida do Cordeiro. Existe um Deus em cima no Céu, e a luz e glória do Seu trono repousam sobre a fiel mãe enquanto ela se esforça por educar os filhos para resistirem à influência do mal. Nenhuma outra obra pode se comparar à sua em importância” (p. 377, 378).

Fiquei emocionada e senti Deus me falando ao coração: “Filha, Eu te dei um grande privilégio de ficar em casa cuidando da sua família. Aos Meus olhos, você já é muito útil. Mas, se você quer mesmo, além disso, ser professora, Eu atenderei seu pedido.”

Poucos dias depois, acho que dois ou três, numa sexta-feira, o diretor do Colégio Adventista de Tatuí me ligou: “Professora, precisamos de você para começar a trabalhar na segunda-feira. A professora do primeiro ano está com problemas de saúde. Você pode assumir o lugar dela?”

Pedi para pensar, mas já sabia que acabaria aceitando o convite. Foi um ano muito difícil. Me realizei muito ao ver o progresso dos meus alunos e em poder ajudá-los a vencer suas dificuldades. Mas sofri muito em ter que deixar minha família em segundo plano e fazer da escola minha prioridade.

Depois do sofrimento inicial, nos acostumamos à rotina corrida e nos adaptamos ao novo estilo de vida: chegar em casa com louça do almoço na pia; roupas ainda no varal; pão de padaria; sem tempo para brincadeiras; papéis e outros materiais para recortar; semanário para fazer nos fins de semana; almoços rápidos; tempo contado para tudo... Sei que o tempo perdido que não dei para minhas filhinhas, com três e sete anos, nunca mais vai voltar e alguma coisa no nosso relacionamento se perdeu. Mas estávamos todos aparentemente muito bem. Então, Deus falou seriamente comigo: “É essa vida que você quer para sua família?” “Não, Senhor”, respondi, “não quero aprender a gostar desta vida.”

Não condeno quem fez essa escolha, ou melhor, quem precisa realmente fazer essa escolha. Mas aprendi que não há realização melhor do que cuidar de seus próprios filhos e ver que, aliadas a Deus, estamos construindo o caráter deles. São momentos muito gostosos e que não têm preço.


No fim de 2009, pedi para sair da escola e, em janeiro, Deus me deu mais um grande presente: engravidei do nosso menininho, o Mikhael, que nasceu em setembro do ano passado. Estou curtindo como nunca ser mãe, e as meninas curtem comigo.

Quando me dizem que sou corajosa, penso que é preciso muito mais coragem para dar as costas aos filhos e passar o dia longe deles, longe de todos os momentos em que eles precisarão da mamãe.

Neste blog, quero compartilhar com outras mães (e demais leitores interessados) episódios desta nossa “vidinha” de mãe em tempo integral. E quem passa por isso sabe o quanto somos ocupadas, por isso vai entender que serão postagens esporádicas. Tá bom?

Que Deus nos abençoe nesta importante missão.

Gostaria de compartilhar também o texto da amiga Joélia, que traduz bem nosso sentimento:

Parei

Esposa, amiga e mãe 24 horas...
Fiz um plano com Deus e.... Parei!!!!
Parei de trabalhar fora, mas não em casa.
Parei de sair cedo e chegar tarde.
Parei de trabalhar apenas meio período e me “dividir”.
Parei para amamentar, para ver o primeiro sorriso, para dar a primeira papinha, a primeira frutinha, ver engatinhar, dar o primeiro passo.
Parei para fazer as comidinhas preferidas.
Parei para fazer sucos, bolos e bolachinhas.
Parei para fazer “cultinho” de manhã e à noite.
Parei para curtir as “pracinhas” e “parquinhos”, para balançar e ser balançada.
Parei para ouvir a primeira palavra, a primeira música cantada.
Parei para ir à praia, piscina, sem ter que esperar por domingos e feriados.
Parei para fazer amizade com mães desconhecidas, trocar experiências e dar risadas.
Parei para brincar de carrinho, boneca, entrar na piscina de bolinhas.
Parei para ir ao pula-pula, sair para tomar sorvete e me lambuzar com eles.
Parei para lavar louça junto com meus filhos; ver a alegria no rostinho deles ao ajudar a mamãe a fazer pão...
Parei para ensinar a arrumar a cama, dobrar as roupas e guardar os brinquedos.
Parei para mostrar Jesus em tempo integral. Pois, cedo ou tarde, os filhos crescem e vão embora e o que eu fizer como mãe perdurará por toda vida.
Parei!!!!
Fácil? Não é.
Falhas? Sim. Todos temos.
Mas... “Tudo posso nAquele que me fortalece.”
E guardo no meu coração a certeza de que Deus está no controle.
E cuidará dos meus filhos.